Um Final de Ano Não Só Pelo Consumo, Mas Pela Partilha

Black Friday: Um Surto Coletivo ou Uma Reflexão Necessária?

Eu não sei sobre você, mas nós aqui da Bem Phyna sentimos que, desde outubro, todo dia que abrimos o e-mail tem algo escrito **Black Friday**. Um grande surto-golpe coletivo.

Partindo daí, vamos destrinchar e refletir juntos?  

“Black” e “Friday” são palavras em inglês, para começo de conversa.  

De quantas sextas é feito o mês de novembro? Quantas oportunidades realmente valem a pena? Ou tudo configura um grande golpe, um grande jogo de margens e remarcações de preço?  

E o que a segunda-feira tem a ver com isso?  

Além dessas questões práticas, por que essa loucura desenfreada de sair comprando tudo? Será por conta da sensação de décimo terceiro salário?  

Muitas perguntas, algumas respostas, e claro, o cuidado de entender os diferentes cenários do que é ser brasileiro, do PJ ao CLT, entre tantas outras nuances. Porém, nosso objetivo aqui não é dissertar sobre o que é certo ou errado, mas abrir espaço para refletirmos juntos sobre o real conceito de final de ano: como encerramento de um ciclo e o que o Natal representa de fato.  

Consumo Desenfreado é Cafona Demais.

A pauta não é nova, mas não custa reforçar. Em um planeta a caminho de ser aquecido em mais 3 graus, onde mesmo depois de brigar e lutar em todas as COPs e fóruns possíveis estamos andando para trás em relação a investimentos e cuidados às populações mais afetadas pelas mudanças climáticas, o consumo desenfreado grita insensatez.  

Por que tudo é sobre isso? Bem, se você já está cansado desse assunto, podemos garantir que será ainda mais difícil suportar um cenário onde a sua existência terá que se adaptar à dura realidade do nosso planeta em pouquíssimo tempo.  

Portanto, quando for pensar em comprar qualquer “coisinha”, vale lembrar desse fato grandioso. Seria esta compra mesmo necessária?

Ou será que existe espaço para considerar:  

– Comprar algo que já existe, como produtos de segunda mão?  

– Escolher produtos manufaturados por produtores menores, que prezam pela sustentabilidade da cadeia e passam longe de qualquer prática de trabalho abusivo ou escravo?  

De Onde Veio Essa Coisa Natalina de Ter a Obrigação de Presentear?

A tradição de presentear no Natal, como muitas práticas modernas, tem raízes em uma mistura de simbolismo religioso e práticas comerciais. Do ponto de vista cristão, presentear está relacionado à história dos três Reis Magos, que trouxeram presentes ao menino Jesus. Entretanto, com o tempo, essa tradição foi transformada em uma obrigação social, impulsionada pelo capitalismo.  

No século XIX, a figura do Papai Noel ganhou força, especialmente nos Estados Unidos e Europa, graças a campanhas publicitárias e obras como os poemas de Clement Clarke Moore. A partir daí, o ato de presentear no Natal deixou de ser um gesto simbólico e se tornou uma prática guiada pelo mercado, associando felicidade e afeto à compra de bens materiais.  

Então, precisamos mesmo perpetuar essa “obrigação”? Ou seria mais significativo criar gestos que realmente refletem o espírito natalino?  

Que Tal Trocar o Verbo COMPRAR por DOAR?

Ninguém aqui está pedindo para regular na comilança, muito pelo contrário! Natal e festas de final de ano são momentos de redenção quando o assunto é fartura na mesa.  

Se a mesa da sua família está sempre farta, que tal considerar um tempinho para ajudar na escassez da ceia de outrem?  

Aqui ficam algumas sugestões de projetos sociais no Brasil que ajudam pessoas em situação de rua com alimentos e roupas:  

 

  1. Projeto Revirar: O Projeto revirar, tem como objetivo oferecer atendimento e convivência para famílias e indivíduos que utilizam as ruas como espaço de moradia e sobrevivência, com atividades direcionadas para o desenvolvimento de reinserção social, na perspectiva de construção de vínculos interpessoais e familiares que oportunizem a construção do processo de saída das ruas.
  2. Banco de Alimentos: Conecta empresas que possuem excedentes de alimentos com organizações sociais.
  3. SP Invisível: Atua diretamente com a população de rua, organizando doações de alimentos e roupas.
  4. Projeto Existimos: Promove distribuição de refeições e kits de higiene em grandes cidades brasileiras, além do constante trabalho com foco na visibilidade para pessoas LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade.
  5. Instituto Ação Pela Paz: Realiza ações para oferecer dignidade a pessoas em vulnerabilidade social, incluindo vestuário.
  6. Anjos da Noite: Distribui marmitas e roupas para moradores de rua em São Paulo.

 

E Fazer a Mão?

Imagina se, ao invés de comprar algo novo e plastificado, a gente começasse a migrar para uma cultura mais artesanal? Que tal se você aproveitasse 2025 para aprender algo novo como:  

– Fazer torta de maçã caseira;  

– Bordar ou tricotar presentes personalizados;  

– Criar cosméticos naturais ou velas artesanais.  

Você tem um ciclo inteiro de 2025 para aperfeiçoar essas práticas e, quando chegar no final do ano, esfregar na cara dos parentes tudo o que aprendeu a fazer com as próprias mãos.  

Dica:  Está tudo no YouTube, gente!  

 

Conclusão: COMER, DOAR E AMAR 

O final do ano é um convite para a generosidade, seja com quem você conhece ou com quem ainda não conhece. Que 2025 seja o ano de criar conexões mais significativas, não só pelo consumo, mas pela partilha. Porque, no fundo, o que mais importa é a capacidade de nos doarmos ao outro. 💚  

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